Boulos teria de deixar PSOL se assumisse ministério, dizem aliados
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) teria de sair do partido se eventualmente assumisse um ministério no governo Lula, segundo regras do PSOL citadas por aliados à Coluna do Estadão. Como mostrou o Estadão nesta terça-feira, 6, o presidente Lula (PT) avalia nomear Boulos como ministro da Secretaria-Geral da Presidência para melhorar a relação com movimentos sociais. Procurado, o parlamentar não comentou.
Uma resolução aprovada pelo Diretório Nacional do PSOL em dezembro de 2022, às vésperas de Lula voltar ao Planalto, afirma que a sigla apoiará a gestão petista, mas faz a ressalva:
“Estaremos presentes nas trincheiras do parlamento e nas lutas do povo brasileiro, combatendo a extrema-direita e defendendo o governo democraticamente eleito, mas o PSOL não terá cargos na gestão que se inicia”.
O documento do PSOL continua: “Enquanto o Centrão negocia cargos, o PSOL irá privilegiar a negociação de propostas”.
Por outro lado, a decisão do Diretório Nacional abre uma exceção à deputada federal Sonia Guajajara (PSOL-SP), nomeada ministra dos Povos Indígenas. A justificativa é que a escolha foi uma “conquista de extrema importância”, e que Guajajara é uma liderança do movimento indígena.

Como mostrou o Estadão, Lula conversou reservadamente com Boulos sobre a possibilidade de ele chefiar a Secretaria-Geral da Presidência, pasta responsável pela articulação com os movimentos sociais.
Embora não tenha feito um convite formal, Lula perguntou a Boulos se ele estaria disposto a abrir mão da reeleição na Câmara para assumir o cargo e permanecer até o fim do mandato. O deputado respondeu que sim e acrescentou que está comprometido com a reeleição do petista.
O presidente tem evitado nomear ministros que disputarão no próximo ano, já que, conforme a legislação eleitoral, precisariam deixar o governo até abril de 2026.