17 de maio de 2025
Salvador

Colaboração nas redes sociais ressalta trabalho dos garis em quatro cidades brasileiras

Foto: Divulgação

Reportagem: Nilson Marinho/Secom PMS

Como parte das comemorações pelo Dia do Gari, celebrado nesta sexta-feira (16), uma collab nas redes sociais celebra o trabalho de garis e margaridas em quatro cidades brasileiras: Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO). A iniciativa, que envolve a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), a Companhia Municipal de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro (Comlurb) e o Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), visa dar visibilidade ao trabalho dos garis em todo o país.

Através do tema da campanha “Valentes”, a postagem em vídeo, compartilhada nos perfis @limpurb, @dmlupoa, @commurggoiania e @comlurbcomunica no Instagram, traz uma mostra do trabalho diário dos profissionais de limpeza no cuidado com a cidade. São atividades que envolvem varrição, capinação, plantio, recolhimento de lixo domiciliar e instalação de lonas em áreas de risco, seja manhã, tarde, noite ou debaixo de sol ou chuva.

“Os garis são verdadeiros valentes do nosso dia a dia. Enfrentam sol, chuva e desafios nas ruas para manter nossa cidade limpa e acolhedora para todos. Esses profissionais merecem todo o reconhecimento pelo trabalho que fazem, sempre com garra, alegria e com o compromisso de prestar um serviço essencial para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da população. Neste Dia do Gari, quero agradecer a cada um dos nossos garis e margaridas e dizer que me orgulho em fazer parte da limpeza urbana de Salvador”, declarou o presidente da Limpurb, Carlos Augusto Gomes.

O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre, Carlos Alberto Hundertmarker, afirma que participar dessa iniciativa com outras cidades é uma forma de reconhecer publicamente o valor e o impacto desses profissionais. “Integrar essa campanha nacional é celebrar o trabalho que mantém nossas cidades limpas e cuidadas. Os agentes de limpeza são verdadeiros valentes, e essa ação unificada com outras cidades mostra que sua importância não tem fronteiras. Em Porto Alegre, cada luva vestida, cada rua varrida, é um ato de cuidado que merece reconhecimento, e é isso que buscamos retratar”, diz.

“Para nós, do Rio de Janeiro, é uma honra participar de uma ação de reconhecimento e valorização dos garis do Brasil. Parabéns à Limpurb pela iniciativa”, pontua a gerente de Comunicação Corporativa e Redes Sociais da Comlurb, Ana Carolina Fernandes.

Reconhecimento – Na página da Limpurb no Instagram (@limpurb), outras postagens também celebram a importância do trabalho dos garis e margaridas. Em Salvador, mais de 4 mil profissionais ajudam, todos os dias, a garantir o bem-estar de 2,4 milhões de moradores da cidade, além de outros milhões de turistas que desembarcam na capital baiana ao longo do ano. Juntos, os agentes são responsáveis por recolher, diariamente, uma média de 5,2 mil toneladas de resíduos domiciliares e restos da construção civil.

Thelma do Amor Divino Almeida, de 39 anos, é agente da Limpurb. Ela é uma das profissionais escolhidas para serem personagens de vídeos publicados nas redes sociais da empresa em homenagem aos garis. Seu dia a dia atuando nas ruas da capital baiana e recebendo o carinho da população foi documentado. “Foi muito bom, um momento de descontração e de deixar as pessoas verem um pouco como funciona a nossa rotina”, comentou.

Moradora do bairro de Paripe, ela atua na Limpurb há oito anos. Atualmente, faz parte da equipe de varrição, atuando como “margarida”, como os profissionais desse setor são carinhosamente chamados. “Tenho três filhos e sou chefe de família, já que o pai deles faleceu há nove anos. Conciliar casa, trabalho e família no dia a dia é uma correria, mas a gente sempre dá um jeitinho. Nem sempre consigo dar conta de tudo, mas me viro e dou o meu melhor”, comenta.

Thelma diz que trabalhar na limpeza urbana é mais que um ofício, é uma terapia, um momento em que ela pode esquecer os problemas que eventualmente possam lhe atingir. “A gente tem problemas, nem sempre tá 100%, e a varrição acaba ajudando a aliviar. Uma parte da população valoriza nosso trabalho, sim. Já outra parte acha que estou apenas cumprindo uma obrigação pela qual sou paga, e tá tudo bem”, diz.

A agente de limpeza ressalta que falta conhecimento por parte da população sobre as atribuições reais da profissão. “Na verdade, muita gente não entende o que faz parte ou não do nosso trabalho. Acham, por exemplo, que a gente tem que tirar o galho pesado da árvore, e ainda falam: ‘Se não tiver lixo, você fica sem emprego’”, lamenta.

Com ensino médio completo, agora ela pretende acessar o ensino superior, já que tem o sonho de ser juíza. “Ajudar a manter a cidade limpa não é só nossa obrigação. A população também precisa fazer sua parte. A mensagem que eu deixo é: tenham empatia pela nossa profissão e pelos profissionais. No fundo, estamos todos no mesmo barco, só que em posições diferentes”, finaliza Thelma.

Dinalva Santos Silva Bispo, de 42 anos, é moradora da Engomadeira, na Estrada das Barreiras. Ela trabalha na Limpurb há 10 anos, também na equipe de varrição. Mãe de três filhas, Ruth, Yasmin e Jasmine, e avó de Maria Gabriela, de 9 anos, Dinalva afirma que é com o fruto do seu trabalho que sustenta a família.

“Vivemos todas juntas, unidas. Uma ajuda a outra. Mas o que pesa na mesa é o resultado do meu trabalho, e eu tenho orgulho disso. Tenho orgulho de ser gari, margarida, agente de limpeza, como quiserem chamar. Amo vestir essa farda. Não tenho vergonha de sair ou voltar com ela. Muito pelo contrário, porque foi através dessa empresa que me tornei uma mulher independente. Hoje, não tenho medo do futuro, nem do que colocar na mesa, nem de sonhar. Sei que posso entrar num restaurante e pagar minha refeição com o meu dinheiro. E isso me dá dignidade”, declara.

Formada em Magistério, ela já atuou em escolas, participou de projetos de alfabetização, trabalhou como doméstica, vendedora de lanches e promotora de vendas de exames e consultas. Agora, quer cursar Direito, para tornar-se uma advogada.

“Em 10 anos, vivi muitas situações marcantes, inclusive constrangedoras, como episódios de racismo e assédio. Infelizmente, nem todo mundo entende a importância da nossa profissão. Algumas pessoas reconhecem, sim. Dizem: ‘Se não fossem vocês, como estaria a cidade?’ Mas outras ainda nos olham com nojo, com desprezo. E é por isso que eu peço mais empatia, mais humanidade”, finaliza.

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