2 de julho de 2025
Politica

Definição de candidatos do PT em 2026 só deve ganhar tração após eleição do partido

BRASÍLIA – A definição dos nomes que podem ser candidatos pelo PT nas eleições do ano que vem deve avançar somente a partir da escolha do próximo presidente da legenda, apurou o Estadão/Broadcast. A eleição interna do partido está marcada para o início de julho. Até lá, as conversas sobre candidaturas aos governos estaduais e ao Senado continuam ocorrendo nos bastidores, mas sem uma definição concreta.

O principal motivo para isso é que dependerá do próximo presidente do PT analisar e fechar as alianças nos Estados e alinhar, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os melhores palanques para a candidatura presidencial da legenda. O ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva é o favorito para a eleição de julho. Concorrem com ele Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira. O prazo para o registro das chapas terminou nesta segunda-feira, 19.

Nome do ministro Fernando Haddad ganhou força para ser candidato nas eleições do ano que vem
Nome do ministro Fernando Haddad ganhou força para ser candidato nas eleições do ano que vem

Nos últimos dias, o nome do ministro Fernando Haddad (Fazenda) ganhou força para ser candidato nas eleições do ano que vem, ainda que o cargo não esteja definido. Ele teria sido convencido por Lula a ficar à disposição do partido a partir de abril do ano que vem para concorrer a algum posto estratégico. Pessoas próximas aos envolvidos, no entanto, negaram à reportagem que o encontro para tratar desse tema tenha existido.

O Estadão/Broadcast apurou que integrantes do PT acreditam que o partido precisa ter um palanque forte em São Paulo para repetir ou melhorar o desempenho de 2022. Uma eventual disputa com Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelo governo paulista é vista como muito difícil, mas petistas acreditam ser necessário ter um candidato forte que garanta a Lula os votos necessários. Haddad tem sido citado por integrantes do PT como um nome para a disputa pelo governo do Estado como ocorreu em 2022. Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente, também.

O PT entende, da mesma forma, que é preciso ter candidatos fortes ao Senado para se contrapor aos bolsonaristas, que têm encarado a eleição de 2026 como a chance de formar maioria na Casa Alta do Congresso e conseguir levar adiante pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Haddad, novamente, surge como um nome muito citado entre pessoas influentes do partido para a disputa pelo Senado.

Outro interlocutor do PT confirmou que, com exceção de Lula como candidato à reeleição, as demais discussões ainda estão em aberto no partido – inclusive um eventual apelo a Haddad. Com a definição do novo comando nacional do PT e seus diretórios, ficará mais clara a correlação de forças interna, o que vai se refletir na definição dos cargos em disputa. Até lá, tudo ficaria em banho-maria, até mesmo para se poder sentir a temperatura das movimentações da direita nos próximos meses.

A avaliação é de que há muito em jogo nas disputas pelos governos estaduais e que há cerca de 12 pleitos que são muito importantes do ponto de vista eleitoral. Além de São Paulo, a ênfase é no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, no Paraná e em Pernambuco.

O que já está claro é que as articulações para 2026 já estão a todo o vapor. Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) emperra as movimentações de um candidato da direita, outro ex-presidente, Michel Temer (MDB), foi a público pedir que governadores se mobilizem para lançar um candidato único ao cargo. A esquerda segue com o discurso uníssono de que o presidente Lula deve tentar a reeleição. Em evento em Nova York nesta quarta-feira, 14, Tarcísio de Freitas garantiu que não será o candidato da direita ao Planalto. “Vou ficar em São Paulo”, assegurou.

 

 

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