2 de julho de 2025
Politica

Medicamentos à base de cannabis têm recorde de autorização de importação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou este ano recorde de autorizações para importar medicamentos à base de cannabis. Desde 2015 a prática passou a ser permitida. Em uma década, segundo dados obtidos pela Coluna do Estadão, a média diária de autorizações saltou de 2 para 490.

De janeiro a abril deste ano, o órgão autorizou 58,8 mil importações desses remédios para pacientes em todo o País, o equivalente a 490 por dia. A série histórica mostra que a demanda vem subindo constantemente a cada ano.

Média diária de autorizações da Anvisa

  • 2025 (de janeiro a abril) – 490
  • 2024 – 464
  • 2023 – 379
  • 2022 – 223
  • 2021 – 111
  • 2020 – 49
  • 2019 – 23
  • 2018 – 9
  • 2017 – 6
  • 2016 – 2,4
  • 2015 – 2,3
Frasco de óleo de cannabidiol
Frasco de óleo de cannabidiol

Uso medicinal da cannabis

Medicamentos derivados da cannabis são usados no tratamento de diversas doenças, a exemplo de esquizofrenia e epilepsia. Geralmente, a base da preparação é o canabidiol (CBD), que não tem efeito psicoativo. Essa ação neurológica da planta acontece por causa de outro composto da cannabis, o tetrahidrocanabinol (THC), que tem uso muito mais restrito em remédios.

A Anvisa passou a autorizar medicamentos à base da planta em 2019, mas os remédios são caros e produzidos por poucos laboratórios, o que faz com que a procura pela importação siga crescendo.

Anvisa quer revisar regras de cannabis medicinal

Em março deste ano, a Anvisa abriu uma consulta pública para mudar as regras de venda e prescrição de produtos feitos à base de cannabis. Entre as propostas sob análise estão permitir a venda em farmácias de manipulação, desde que os medicamentos tenham só CBD. Outra possibilidade é dar aval para que cirurgiões-dentistas também prescrevam esses remédios.

Como mostrou a Coluna do Estadão, a medida da agência reguladora não impedirá a judicialização sobre o tema. A Farmacann, entidade que representa farmácias de manipulação, defende que esses estabelecimentos possam usar não apenas o CBD, mas também o THC na produção de remédios.

 

 

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