15 de agosto de 2025
Politica

José Dirceu fala em revolução social em carta ao PT e aponta o alvo: a Faria Lima e o Banco Central

O ex-ministro José Dirceu assumiu a função de cabo eleitoral de Edinho Silva, que disputa a presidência do PT. Numa carta aberta à população, além de defender a unidade para perseguir uma frente ampla de esquerda em 2026, chamou os petistas para uma “revolução social” e apontou os alvos: a Faria Lima e o Banco Central.

“É preciso uma verdadeira mudança na vergonhosa concentração de renda e no cartel bancário financeiro, na política de juros e nas metas da inflação, que exigem uma radical reforma tributária e financeira, capaz de pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima, que cada vez mais concentra renda, via os juros altos únicos no mundo”, afirma Dirceu. “Ao PT e às esquerdas resta a tarefa histórica de concluir a revolução social brasileira inacabada”, emenda.

A carta reforça o discurso da ala mais à esquerda que o PT vem adotando especialmente depois que Gleisi Hoffmann assumiu o comando da legenda.

O tom também vai ao encontro dos passos mais recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na escolha de sua equipe palaciana. Além de Gleisi ao seu lado, na Secretaria de Relações Institucionais, Lula ajusta a chegada de Guilherme Boulos ao Palácio do Planalto, justamente para comandar o contato com sindicatos e movimentos da sociedade civil.

Por outro lado, contudo, Dirceu admite, nas entrelinhas, a preocupação com a limitação nas alianças partidárias para 2026. O ex-ministro destaca a tarefa de “praticamente reconstruir o PT” e ressalta a necessidade de formar uma frente que vá além de PV e PCdoB.

“A tarefa de unificar toda a esquerda numa frente que vá além do PV e do PCdoB para enfrentar o PL e o bolsonarismo”, diz o ex-ministro. “O momento político exige de nós a luta pela unidade da CNB e do PT.”

A conjuntura e as condições que governamos exigem de nós a capacidade de fazer alianças mais amplas que a centro-esquerda, mas ao mesmo tempo criar as condições de mobilização popular, social e sindical.

José Dirceu, ex-ministro
José Dirceu, ex-ministro

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *