Galípolo defende autonomia financeira do Banco Central em reunião com senadores; veja bastidores
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebeu lideranças do Senado nesta terça-feira, 27, num café da manhã e defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garante autonomia financeira à instituição. Segundo relatos feitos à Coluna do Estadão, ele disse que o BC tem de estar em consonância com os demais bancos centrais do mundo inteiro, das nações mais desenvolvidas.
Galípolo apresentou a mudança de cenário do setor, que leva novas demandas de atuação para a instituição. Na última década, cresceu muito o número de bancos digitais, enquanto o BC perdeu metade dos colaboradores. Procurado por meio da assessoria da autoridade monetária, ele não se manifestou.
A reunião ocorreu em tom descontraído. Galípolo até brincou com o tempo de vida da frota de carros do Banco Central, que é da década de 1980 e tem a mesma idade dele. O presidente do BC observou que, em razão da falta de autonomia orçamentária, por exemplo, a instituição não pode nem sequer comprar uma nova frota de carros que transportam altos valores.
No começo da reunião, Galípolo distribuiu aos parlamentares uma espécie de cartilha da PEC. Sobre o quadro funcional, um dos senadores presentes traçou um parâmetro com o Judiciário no Brasil, que define os próprios salários e benefícios. Observou que, com a aprovação da PEC, o BC poderia decidir sobre suas contratações e valores salariais. Galípolo, contudo, disse que esse não é o fator principal.
Participaram da reunião o relator da PEC, senador Plinio Valério (PSDB-AM), além dos senadores Weverton Rocha (PDT-MA), Carlos Viana (Podemos-MG), Eliziane Gama (PSD-MA) e Efraim Filho (União-PB).
