30 de junho de 2025
Politica

Lua de mel do PT com Galípolo chega ao fim com divergências sobre autonomia do BC e IOF

A lua de mel do PT com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durou pouco. Quando ele chegou ao comando da instituição, em janeiro, foi aplaudido pelos petistas que fizeram uma espécie de pacto de não agressão. A ordem era manter as críticas ainda à gestão anterior. Mas Galípolo não deu nenhum cavalo de pau em relação à era Roberto Campos Neto.

O ciclo de alta de juros continuou e, na contramão do que acreditavam lideranças do partido do presidente Lula, ele entrou na defesa veemente da PEC da Autonomia Financeira do BC. Como mostrou a Coluna do Estadão, em reunião nesta terça-feira, 27, com senadores, pediu empenho na tramitação da proposta. Para não azedar ainda mais o clima – e como há alas divergentes dentro do próprio PT – há uma tentativa de ajustar o texto da PEC no Senado de forma a contemplar demandas petistas.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse à Coluna que não foi procurado por Galípolo nem por integrantes do governo para tratar da PEC e reforçou que o partido é historicamente contrário a ampliar a autonomia do BC.

A discordância entre Galípolo e o PT sobre a autonomia da autoridade monetária ocorreu dias após vir a público a divergência entre o presidente do BC e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo.

Como mostrou a Coluna do Estadão, no fim do ano passado, a expectativa de integrantes do PT com Galípolo era positiva, após o partido passar anos às turras com o agora ex-presidente do BC Roberto Campos Neto.

Na ocasião, Lindbergh avaliou que a principal tarefa de Galípolo seria conter o câmbio com mais intervenções da autoridade monetária. Em paralelo, o petista esperava que Galípolo “falasse bem” do governo e apostava que essa retórica positiva acalmaria os agentes de mercado e ajudaria na redução dos juros, o que ainda não ocorreu.

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *