29 de junho de 2025
Politica

Veja agenda de coronel do ‘Comando 4′ com anotações sobre Pacheco, Moraes e Zanin

Além de celulares e computadores, uma agenda manuscrita foi essencial para a Polícia Federal avançar na investigação sobre o grupo de extermínio autodenominado Comando 4 (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos).

Em meio a anotações ordinárias, que incluíam até mensagens religiosas devocionais, os policiais encontraram registros sobre reuniões, “missões” e “festas” – senhas que, segundo os investigadores, eram usadas para se referir às execuções.

Foi nessa agenda que a PF encontrou menções ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MR), ex-presidente do Senado, e aos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Nome de Rodrigo Pacheco na agenda do coronel Etevaldo Caçadini.
Nome de Rodrigo Pacheco na agenda do coronel Etevaldo Caçadini.

A caderneta pertence ao coronel reformado do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas, preso nesta quarta-feira, 28, por suspeita de fazer parte do Comando 4.

O nome de Rodrigo Pacheco aparece próximo aos termos “vigilância armada” e “guarda armada”. Em nota, o senador classificou como “fato estarrecedor” o seu suposto monitoramento pelo grupo.

Caderneta também traz referências a Moraes e Zanin.
Caderneta também traz referências a Moraes e Zanin.

Já os nomes de Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin constam logo abaixo do termo “LIVE”. Caçadini é dono da comunidade Frente Ampla Patriótica, criada após o 8 de Janeiro. Além de grupos no WhatsApp, há um canal no YouTube para, segundo ele, reunir “patriotas e conservadores do Brasil”. O coronel publicou 101 vídeos na plataforma desde então e defendeu abertamente ideias golpistas.

Moraes é mencionado em outras página da agenda.
Moraes é mencionado em outras página da agenda.

Os advogados Sarah Quinetti e Ronaldo Lara, que representam o coronel, disseram que ele é inocente.

Ao decretar a prisão preventiva de cinco suspeitos de envolvimento com o grupo, o ministro Cristiano Zanin alertou para o “potencial bastante pernicioso” da organização.

Segundo o ministro, o grupo demonstrou capacidade de identificação, monitoramento de alvos, agenciamento de pessoal e estrutura operacional, inclusive financeira, “a denotar elevado potencial de letalidade”.

PF suspeita de envolvimento do coronel no grupo de extermínio.
PF suspeita de envolvimento do coronel no grupo de extermínio.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS SARAH QUINETTI E RONALDO LARA, QUE REPRESENTAM O CORONEL CAÇADINI E SALÉZIA MARIA

O escritório Sarah Quinetti Advocacia Criminal informa que está acompanhando de perto as diligências realizadas nesta pela Polícia Federal em Belo Horizonte, Minas Gerais, no âmbito da Operação Sisamnes que envolve o coronel Caçadini e demais pessoas, a quem representamos.

Ressaltamos que, até o momento, não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas na capital mineira.

Reafirmamos nossa confiança nas instituições brasileiras e no trabalho responsável das autoridades competentes, bem como reafirmamos nossa convicção na inocência dos nossos constituídos.

Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários.

Sarah Quinetti e Ronaldo Lara

 

 

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