Oposição na Câmara decide retomar obstrução em reação a ordem de prisão de Zambelli; veja bastidores
BRASÍLIA – A oposição na Câmara dos Deputados decidiu retomar a obstrução no plenário e nas comissões em reunião na manhã desta terça-feira, 10, apurou o Estadão/Broadcast. A obstrução é um mecanismo regimental utilizado para obstar ou atrasar a tramitação de projetos no Congresso.
Os deputados do bloco dizem que haviam suspendido a obstrução na semana retrasada e informado a liberação às lideranças da Câmara. No entanto, agora voltaram a adotar o instrumento para dificultar o andamento das votações.
Segundo fontes ligadas ao bloco, a decisão é uma reação à decretação de prisão definitiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os deputados também se manifestam contra as propostas do governo federal para alterar a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A retomada da obstrução também ocorre no dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é interrogado pelo STF no âmbito do inquérito do golpe. A oposição considera que a anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro não avançou.
De acordo com as novas orientações, a oposição declarou exceção para as comissões de Relações Exteriores, Agricultura e Segurança Pública, onde são maioria.
Há instruções das lideranças da Oposição e da Minoria de não registrar presença no plenário e nas comissões até o quórum de 257 ser alcançado, solicitar inscrição para discussão e encaminhamento em todos os itens da pauta e usar o tempo de fala em todas as oportunidades, orientação, encaminhamento, discussão e tempo de liderança.
Neste ano, a oposição já havia retomado a obstrução na última semana de abril, como protesto pela anistia. Os deputados querem que Hugo Motta inclua na pauta um requerimento de urgência já protocolado para acelerar a tramitação do projeto.