15 de agosto de 2025
Politica

Juiz autoriza pagamento reatroativo de R$ 3,6 milhões a servidores da Alesp

A 16ª Vara da Fazenda de São Paulo autorizou pagamento retroativo a 20 procuradores, ativos e aposentados, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). De acordo com cálculos do Estadão, o valor alcançaria cerca de R$ 3,6 milhões, com pagamentos que ficariam por volta de R$ 180 mil mais correções monetárias para cada servidor.

Em dezembro de 2023, o salário dos procuradores da Alesp aumentou de R$ 37,5 mil para o teto de R$ 46,3 mil (bruto), no mesmo valor dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de pagamento retroativo, que foi aceito pela Justiça, exigia que os procuradores recebessem a diferença nos valores entre os anos de 2020 e 2023.

Cerca de 20 procuradores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo receberão pagamentos retroativos.
Cerca de 20 procuradores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo receberão pagamentos retroativos.

Na ação, aberta pela Associação dos Procuradores da Assembleia Legislativa de São Paulo (Apalesp), a entidade afirmava que no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3854/DF, em 2020, o STF definiu que o limite do pagamento de desembargadores do Tribunal de Justiça deveria ser o mesmo dos ministros do STF e não de 90,25%. Com base nesta decisão, o associação pediu o pagamento dos valores retroativos.

O juiz responsável pelo caso, Marcio Ferraz Nunes, escreveu na sentença ao liberar os pagamentos: “julgo procedentes os pedidos, o que faço para condenar a parte requerida ao pagamento dos valores pretéritos, decorrente da aplicação do limite remuneratório correspondente a 100% do subsídio do Ministro do Supremo Tribunal Federal”.

Em nota, a Apalesp afirmou ao Estadão que a decisão ainda se encontra em primeira instância. “A sentença reconheceu o direito dos procuradores ao pagamento das diferenças decorrentes da aplicação, de forma retroativa, do teto remuneratório correspondente a 100% do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento consolidado pelo STF”

A entidade ainda defende que o pagamento retroativo “trata-se de direito já reconhecido a outras carreiras jurídicas com atribuições equivalentes”.

Em maio deste ano a Alesp também aprovou um projeto de lei do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que permite um pagamento adicional acima do teto aos procuradores do Estado. O texto cria uma compensação por “excesso de trabalho” dos servidores públicos, permite folga a cada três dias trabalhados para os servidores em sobrecarga, com limite de sete folgas por mês, ou uma compensação em financeira.

Estão aptos a pedir a licença ou reembolso os procuradores que atuarem em finais de semana ou feriados, que cobrirem férias de colegas ou que acumulem funções em grupos de trabalho, comitês, mutirões e programas de colaboração. Na ocasião, a Apalesp afirmou que se tratava de um “mecanismo legítimo de compensação pelo desempenho de atividades extraordinárias”.

 

 

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