3º Festival de Fanfarras e Balizadores promove espetáculo de música e dança no Campo Grande
Texto: Thaís Seixas
Fotos: Carla Lucena e Thaís Seixas
Um grande espetáculo de música, dança, figurino, brilho e coreografias ensaiadas em cada detalhe. O 3º Festival de Fanfarras e Balizadores do 2 de Julho, realizado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), ganhou o Largo do Campo Grande na manhã deste sábado (12), com a participação de 18 grupos de escolas públicas municipais e estaduais. Esta foi a primeira vez que o concurso foi realizado fora do Cortejo Cívico que marca a Independência do Brasil na Bahia, embora todas as fanfarras concorrentes tenham também participado do desfile oficial do 2 de Julho.
Os grupos tinham 12 minutos para a apresentação – incluindo entrada, parada obrigatória e saída -, tempo utilizado para mostrarem ao corpo de jurados e ao público presente o talento de cada membro e por que a cultura das fanfarras já se tornou tradição, não só na época da Independência, mas durante todo o ano.
O gerente de Arte e Fomento da FGM e coordenador do Festival, Talis Castro, explica que o formato deve ser mantido nas próximas edições. “A gente viu que esse formato funciona, dá mais atenção e destaque, para essa manifestação tão importante dentro do Desfile Cívico. O público veio e a gente está muito feliz com o resultado desse projeto. Tenho certeza que, no ano que vem, já com o que a gente aprendeu nesta edição, este festival será ainda maior e melhor”.
Jurados
O corpo de jurados foi composto pela maestrina, percussionista, baterista e diretora da Associação Educativa Didá, Adriana Portela; a museóloga e gerente de Bibliotecas e Promoção do Livro e Leitura da FGM, Jane Palma; o músico e administrador do maior canal de Bandas e Fanfarras do Brasil, Léo Banda Show; a primeira parlamentar transexual do país e atual diretora de Políticas e Promoção da Cidadania LGBTQIAPN+ da Secretaria Municipal de Reparação, Leo Kret do Brasil; o bailarino, coreógrafo, professor circense e de ballet clássico, Naldo Brito; e o produtor, gestor cultural e diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Vagner Rocha.

Leo Kret do Brasil destaca a diversidade presente nos grupos e a importância desta representatividade para os jovens. “Eu queria ser baliza na minha juventude, mas esse espaço foi negado pra mim porque diziam que não era pra pessoas como eu, LGBTs. Hoje, poder estar aqui como jurada e ver várias pessoas LGBTs se destacando como balizadores me deixa muito feliz. Nós só queremos a oportunidade, porque brilhar nós já sabemos. Estou achando tudo lindo, os figurinos, a evolução, a música das bandas, perfeito”.
Vencedores
Foram premiadas as três escolas com maiores notas nas categorias de ‘Melhor Fanfarra/Banda com Evolução’, ‘Melhor Fanfarra/Banda sem Evolução’ e ‘Melhor Balizador’, que receberam troféus e certificados de participação.

A vencedora da categoria de ‘Melhor Balizador’ foi Sofia Santos, da fanfarra do Colégio Estadual Reitor Miguel Calmon. Ela revela a emoção de ganhar apesar do pouco tempo de experiência na função.
“É muito emocionante, porque é minha primeira apresentação como baliza, eu entrei há pouco tempo, então eu não aprendi muitas técnicas ainda, mas hoje dei tudo de mim. Eu fiz tudo o que sabia e estou muito grata, é muito gratificante ver a banda torcendo por mim, eu fico muito feliz com isso”.
A fanfarra do Colégio Estadual Reitor Miguel Calmon também levou a melhor na categoria ‘Melhor Fanfarra/Banda com Evolução’. O coordenador Elsimar Santana lembrou que o grupo é bicampeão no Festival da Fundação Gregório de Mattos.
Estar aqui é uma honra. E ser a única banda bicampeã do evento é uma emoção muito grande. A FGM é uma instituição super reconhecida, que valoriza o movimento de bandas e fanfarras e está proporcionando esse momento pra gente. A gente ganhou o primeiro concurso da FGM em 2023. Em 2024, a gente ficou em segundo lugar, sempre sendo o pódio, e agora voltamos ao pódio com o primeiro lugar, isso pra gente é muito bom. Valoriza o movimento, os jovens que participam desse contexto, que estão ali dia a dia ensaiando, que é uma etapa que a gente passa durante um ano de ensaio para essas competições”.
Já a ganhadora na categoria ‘Melhor Fanfarra/Banda sem Evolução’ foi a Masp Show, da Escola Municipal Alexandrina dos Santos Pita. Regente da fanfarra há 15 anos, Emerson Brito diz que aprendeu com os erros das outras edições do Festival para chegar à vitória neste ano.
“Fiquei como terceiro lugar na primeira edição e, no ano passado, fiquei de fora porque ultrapassei o cronômetro. Neste ano, a gente trabalhou bastante dentro do cronômetro para buscar essa premiação. A ideia do tema sobre Maria Filipa e o cornetero Lopes veio na quarta-feira, e a gente conseguiu colocar em prática no último ensaio. Saio daqui muito feliz, porque não é apenas uma premiação, é o trabalho, é o contexto da obra do trabalho que deu certo”.
Concurso de Decoração de Fachadas

Na mesma ocasião, a FGM também premiou os ganhadores do COncurso de Decoração de Fachadas do 2 de Julho. A grande vencedora foi dona Maria de São Pedro, moradora do Santo Antônio Além do Carmo, que levou a melhor em outras duas ocasiões.
“Me sinto muito alegre, porque é uma luta, que eu quero levar até o dia da morte. Eu me sinto muito alegre, e luto mesmo, trabalho muito nessa festa”, disse ela durante os agradecimentos.