5 de setembro de 2025
Politica

Haddad faz série de ataques a Tarcísio; ‘Rasgou a fantasia’ de ser de centro, diz ministro

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por seus movimentos por anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro e por críticas do chefe do Executivo paulista ao Judiciário.

Na semana passada, o governador afirmou: “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse Tarcísio, em referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele ainda disse que sua primeira medida caso se torne presidente da República será conceder um indulto ao ex-presidente.

Haddad critica governador de São Paulo por dizer que não confia no Judiciário
Haddad critica governador de São Paulo por dizer que não confia no Judiciário

“Quando você vê que hoje no Brasil tem pessoas que não têm apreço pela democracia, quando você vê um governador do Estado de São Paulo dizer que não confia nas instituições, não confia na Justiça, que tem que perdoar quem tentou um golpe de Estado, quando você uma mobilização de partidos ultraconservadores no Congresso, você fica preocupado”, disse Haddad em entrevista ao apresentador Datena na Rede TV, nesta quarta-feira, 3.

Haddad, disse que o governador “rasgou a fantasia” de uma pessoa de centro. “Rasgou-se a fantasia. Estava todo mundo tentando apresentá-lo como uma pessoa de centro, não era um bolsonarista. E eu estava só contando os dias para isso ser desmentido”, disse.

Ele recordou que Tarcísio foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e eleito governador pela mão dele, dependendo da liderança do ex-presidente.

“Quando o presidente Lula falou: ‘O Tarcísio não existe sem o Bolsonaro’, não foi para ofendê-lo, foi para constar um fato”, completou o ministro.

Haddad disse ainda que o “velho Centrão” é hoje o bolsonarismo. “Tudo que aconteceu no Brasil de 2013 para frente… O PSDB acabou e essa turma ocupou o espaço do PSDB com grandes desvantagens do ponto de vista moral, institucional e democrático”.

O ministro disse ter acordado “preocupado com a democracia” no dia de hoje, o segundo de julgamento do ex-presidente Bolsonaro pelo STF. Haddad avaliou que a tentativa de golpe está “bem documentada” e expressou preocupação com as articulações que estão acontecendo sobre anistia no País. Ainda disse que se começar a perdoar tentativas de golpe, um dia ele acontece.

Sobre o cenário internacional, Haddad indagou, de forma retórica: “Será que se o (Donald) Trump fosse o presidente dos Estados Unidos nas eleições de 2022 o Lula tomaria posse?”.

O ministro disse esperar que a saída dos partidos União Brasil e PP do governo Lula (PT) não seja motivada por movimentos pró-anistia de quem tentou articular um golpe de Estado entre 2022 e 2023.

“Tomara que não seja”, respondeu Haddad ao ser questionado pelo apresentador Datena se a “debandada” das duas siglas seria nesse sentido. Trechos da entrevista foram divulgados há pouco na Rede TV.

Nessa terça-feira, 2, União Brasil e o PP, agora unidos na federação União Progressista, anunciaram a saída oficial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A federação ainda determinou que todos os detentores de mandato devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal, o que gerou pressão sobre ministros como Celso Sabino (União), do Turismo, e André Fufuca (PP), do Esporte.

Haddad se disse “preocupado” com a situação da democracia brasileira em razão das articulações pró-anistia de Bolsonaro e aliados, em meio ao julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal.

 

 

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