2 de outubro de 2025
Politica

Desembargador afastado pelo STJ já liberou fazenda suspeita de grilagem em área de conservação

O desembargador José James Gomes Pereira, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), afastado do cargo nesta quinta-feira, 2, por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), já concedeu licença ambiental a fazendas com suspeitas de grilagem dentro da Estação Ecológica de Uruçuí-Una, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A operação da Polícia Federal (PF) autorizada pelo STJ apura um suposto esquema ilegal no julgamento de processos agrários.

Procurado, o TJPI afirmou que “assegurou o cumprimento de todas as medidas” determinadas pelo STJ e que tem “compromisso com a legalidade”.

Em agosto do ano passado, o magistrado assinou uma decisão sigilosa, menos de três dias após receber um pedido de mil páginas da empresa Conesul, que explora atividades agropecuárias. O desembargador não ouviu o governo federal ou o governo estadual, que apontou “má-fé” no caso.

Essa decisão do desembargador destravou atividades de imóveis que tiveram matrículas bloqueadas no TJPI em 2018. Na ocasião, o Ministério Público do Piauí apontou uma “descarada grilagem de terras” na estação ecológica administrada pelo ICMBio.

José James Gomes Pereira, desembargador do Tribunal do Piauí
José James Gomes Pereira, desembargador do Tribunal do Piauí

STJ afastou desembargador e mirou empresários e advogados

A operação da PF desta quinta-feira, 2, foi autorizada pelo ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ. Além do desembargador, foram alvos o empresário Paulo Augusto Ramos, administrador da Conesul, e João Antonio Franciosi, do grupo Franciosi, entre outros. Procurados, não responderam.

O STJ investiga um grupo por suposto esquema de falsificação de dossiês para coagir magistrados em processos agrários. Em outra apuração na Corte, o desembargador José James Gomes Pereira é suspeito de rachadinha, como mostrou o Estadão.

 

 

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