‘Bolsonarismo descontrolado’ faz lideranças preverem mais hostilidades no Congresso
Lideranças do Congresso avaliam que nos próximos meses haverá novas hostilidades da oposição na Câmara e no Senado, como o motim da semana passada que paralisou os trabalhos legislativos por 30 horas. Esse diagnóstico foi feito a partir da constatação de que o “bolsonarismo está descontrolado” com a proximidade da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que já cumpre prisão domiciliar.
Caciques políticos também veem falta de comando no PL após o tarifaço dos EUA. A avaliação é de que o possível ônus político de defender as tarifas de Donald Trump causou uma divisão tão grande na direita, com brigas como a de Eduardo Bolsonaro com Nikolas Ferreira, que ficou difícil estabelecer uma estratégia unificada. Esse cenário facilita a perda de controle.
Até mesmo aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) dizem que ele ficou enfraquecido ao demorar para conseguir sentar em sua cadeira no plenário durante o motim. O conselho é para que ele tente assumir as rédeas da Casa de vez e estabeleça uma pauta própria para não ficar à mercê da oposição ou do que o governo Lula envia ao Congresso.
O clima era de tanto acirramento no dia do motim que líderes chegaram a temer que Motta fosse agredido fisicamente pelos bolsonaristas. Esse medo foi um dos fatores que atrasou a entrada do presidente da Câmara no plenário.
