Mas a Fayga só escreve sobre os amigos? Ô, gente! E eu vou ficar gastando minha energia para escrever sobre os inimigos? Sorte a minha poder falar sobre meu amigo, cantorzão e, ainda, vocalista da minha banda preferida. Privilégio pouco é bobagem, rs.
Buja é aquele cara gente boa, extremamente simpático e querido por onde passa. Nascido e criado na comunidade do Beiru, ainda conserva suas raízes por lá. Vinte minutos andando com ele pelas ruas de Tancredo Neves são suficientes para comprovar isso. Frequentador assíduo do Nordeste de Amaralina, não sai da loja de seu amigo Piriquito, que veste vários artistas.
“Meu sonho era ser músico. Meu pai tinha um barzinho e “seu” Santinho ía lá tocar pandeiro com ele e minha mãe, que eram seresteiros. Foi ele quem me ensinou a tocar. Como ele gostava de tomar umas, eu acabava tocando no lugar dele”. Buja, então, entrou na banda “Clima Total”, levado pelo seu amigo Jacaré. Por causa de uma gincana na Escola Luis Eduardo Magalhães, montou uma outra banda chamada “Esperança do Samba”, onde começou a cantar. Aprendeu a tocar um instrumento chamado “Torpedo” e entrou para a banda “É Jafras”, onde compôs a música “Cocota”. Mas foi com “Pipa” que o sucesso começou a surgir. Gravou um vídeo para a internet e a resposta veio na ponta da língua quando foi perguntado sobre o nome da nova banda: “N@ Net”. Suas músicas já foram gravadas por Tony Salles, Psirico, Léo Santana, entre outros.
A “Amendoada do Buja” lotava a Cabana Zero Grau, no Doron. Até que seu amigo Jaguar Andrade o convidou para compor e sua voz chegou aos ouvidos de Carlinhos Brown. “Sempre fui muito fã de Brown. Quando Jaguar falou que ele queria me conhecer, fiquei nervoso demais. Brown me explicou que queria um cantor de favela, compositor, que fosse uma pessoa do bem, que fosse família. Além de tantas outras coisas, me ensinou duas palavras para a vida: “paciência”, porque tudo acontece no tempo de Deus e “silêncio”, porque devemos contar só para Ele nossos planos e sonhos.”
Timbaleira desde que me entendo por gente, obviamente, eu não estaria de fora justamente no ano de estreia de Buja no Bloco Timbalada. Nunca apressei tanto meus amigos como no sábado de carnaval de 2018. Buja sabia da importância de “Conceição” para mim. Ao primeiro acorde da música… “Faygaaaaaa, minha amigaaaa!!! Essa é pra vocêêêê!!! Te amoooo!”… Lá embaixo, eu chorava de emoção e ria de felicidade! Todos os timbaleiros vão me entender. Sempre tem AQUELA música que bate mais forte. “Cantar numa banda que tem 28 anos é uma grande responsabilidade! Já passaram pela Timbalada 12 cantores! É uma religião! De cima do trio, a gente vê fãs chorando quando escutam determinadas músicas! Eu, Paula e Rafa nos preparamos muito para aquele dia!”
Em 2019, Brown resolveu criar o “Reguetho”. Finalmente, os ensaios da Timbalada voltaram para o Candeal! “Muitas pessoas vieram me contar histórias, vi até foto de sapatos usados no tempo de barro de um timbaleiro!”, disse Buja.
Entre os artistas preferidos do cantor estão Benito de Paula, Peninha, José Augusto, Agepê e Carlinhos Brown: “Além de empresário, ele é meu pai, meu amigo. Cada vez que encontro Brown, parece que é a primeira. Sou muito fã dele!”
Sobre a ausência de lives da Timbalada, Buja explica: “Não fizemos porque nossa banda é muito grande. Só de cantores, somos 3. Fazer uma live com 4 percussionistas fugiria da identidade da banda, que é a percussão forte… E seria impraticável numa época de pandemia fazer uma live com 20 músicos, metais, toda a formação. Por mais que tentássemos seguir os protocolos, seria uma irresponsabilidade diante de um vírus tão cruel”.
2020 foi um ano de muita restrição e de muita dor. Mas 2021 já chegou de maneira inesquecível: nasceu Maya, sua primeira filha com a esposa Manu. Católico fervoroso, Buja diz: “Eu peço para me tornar um ser humano melhor a cada dia que passa. Sou um cara de muita fé, acredito muito em Deus e em Nosso Senhor Jesus Cristo. Respeito todas as religiões. Tem que existir o respeito! Todos nós somos iguais! Deus é um só e está presente em todos nós!”
2022 vai chegar logo. Até prepararmos nossos abadás ou nossas pernas para pularmos na pipoca, vamos relembrando as músicas antigas da Timbalada e aprendendo as novas.
Já ouviram “Sagrado Mar”?
Bora seguir @bujaferreira e @timbaladaoficial ?!
Mesmo sem festa, a colunista que vos fala espera que, de alguma forma, a gente consiga ter um pouco de alegria no coração, nem que seja só relembrando os carnavais passados. Com glitter ou sem glitter, FELIZ CARNAVAL para todos nós!
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